PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A COVID-19

1) Quem é o novo coronavírus (SARS-COV2)?

É um vírus da família dos coronavírus, conhecidos desde 1960 por causarem resfriados leves. Em 2002, um coronavírus identificado na China começou a causar quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), sendo denominado SARS-COV. Em 2019, um outro coronavírus começou a causar quadros de pneumonia na China, sendo denominado SARS-COV2 ou novo coronavírus.


Corona, em latim, significa “coroa”, porque os coronavírus possuem em sua superfície uma proteína, denominada “proteína spike” ou “proteína S”, que confere esse aspecto de coroa. Essa proteína é a responsável pela entrada do vírus nas células do nosso organismo.

Fonte: Li G et al. Coronavirus infections and immune responses. J Med Virol. 2020, 92(4):424- 432.

2) O que é COVID-19?

Infecção respiratória aguda causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia (disseminação mundial de uma nova doença). O novo coronavírus (SARS-CoV-2) já causou a infecção e o óbito de milhões de pessoas no mundo, desde o seu início em dezembro de 2019.

3) Como o novo coronavírus (SARS-CoV-2) é transmitido?

Existem três formas de transmissão conhecidas:

1) Transmissão por gotículas: exposição a gotículas respiratórias visíveis, expelidas (partículas líquidas) por uma pessoa infectada, quando ela tosse ou espirra ou fala, principalmente, quando ela se encontra a menos de 1 metro de distância da outra.

2) Transmissão por contato: contato direto, com uma pessoa infectada durante um aperto de mão ou com objetos e superfícies contaminados, seguido do toque nos olhos, nariz ou boca.

3) Transmissão por aerossol: por meio de partículas respiratórias invisíveis (aerossóis) contendo vírus, que podem permanecer suspensas no ar, por períodos mais longos e serem levadas por distâncias maiores que 1 metro (geralmente em ambientes hospitalares, durante procedimentos médicos que demandam manipulação direta da via aérea, como, por exemplo, intubação e extubação de pacientes, em procedimentos de aspiração, etc.).

4) Por quanto tempo uma pessoa transmite o vírus da COVID-19?

As pessoas podem transmitir o vírus a partir de 48 horas antes do início dos sintomas até 10 dias após o início, em quadros leves e moderados. Pessoas com quadros graves ou imunocomprometidas podem transmitir até 20 dias após o início dos sintomas. O SARS-CoV-2 também pode ser transmitido por pessoas assintomáticas, todavia é importante ressaltar que o SARS-CoV-2 é transmitido principalmente por pessoas sintomáticas.


5) Quais são os sintomas da COVID-19?

Os sintomas da Covid-19 podem variar desde um simples resfriado até uma pneumonia severa. Os sintomas mais comuns são:

6) Em quanto tempo após a infecção pelo novo coronavírus os sintomas surgem?

O tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é, em média, de 5 a 6 dias, no entanto, as manifestações clínicas podem surgir entre o primeiro e o décimo quarto dia após a exposição.

7) Quais são os fatores de risco para casos graves da COVID-19 (grupos de risco)?

Idade igual ou superior a 60 anos;

Tabagismo;

Obesidade;

Miocardiopatias de diferentes etiologias (insuficiência cardíaca, miocardiopatia isquêmica etc.);

Hipertensão arterial;

Doença cerebrovascular;

Pneumopatias graves ou descompensadas (asma moderada/grave, DPOC);

Imunodepressão e imunossupressão;

Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);

Diabetes mellitus

Doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica;

Neoplasia maligna (exceto câncer de pele, excluído melanoma);

Cirrose hepática;

Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme e talassemia);

Gestação.

8) Quais são os testes utilizados para o diagnóstico da COVID-19?

1. RT- PCR em tempo real: o único teste considerado pela Organização Mundial de Saúde como referência (padrão ouro) no diagnóstico da COVID-19. Trata-se de um teste molecular que identifica a presença do material genético do SARS-CoV-2 (RNA) em amostras de secreção respiratória. O melhor momento para coleta é nos primeiros dias de sintomas até o 7 º dia, a partir do início dos sintomas. Para esse exame é coletado matéria do fundo da cavidade nasal ou oral, com uma haste revestida. É o teste laboratorial de escolha para o diagnóstico da COVID-19.

2. TESTES RÁPIDOS: conhecidos como os “testes de farmácia”. São eles:

A) Pesquisa de antígeno (Testes de Antígeno TR-Ag): detecta a presença de um antígeno do SARS-CoV-2 (partícula ou molécula que desencadeia a produção de anticorpos), determinando se um indivíduo está infectado no momento da testagem. Devem ser realizados do 1º ao 7 º dia após o início dos sintomas. Todavia, um resultado negativo não exclui uma possível infecção pelo novo coronavírus. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), este teste deve ser priorizado para diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2 em casos sintomáticos, sobretudo em ambientes onde os testes moleculares (por exemplo, RT-PCR) são limitados, indisponíveis ou estão disponíveis, mas com demora em se obter o resultado.

B) Pesquisa de anticorpo: detecta os anticorpos produzidos contra o vírus do SARS-cov-2 (resposta imunológica: defesa do organismo) e o melhor momento para sua coleta é a partir de 10-15 dias após o início dos sintomas. Pode ser usado como exame complementar para diagnóstico de infecção prévia ou recente por COVID-19, entretanto, não deve ser usado isoladamente para estabelecer presença ou ausência de infecção ou re-infecção por SARS-CoV-2 e diagnóstico de COVID-19.

3. SOROLOGIA: também identifica a resposta imunológica (produção de anticorpos) do indivíduo em relação ao vírus SARS-CoV-2, porém traz como vantagens, em relação ao teste rápido, a maior precisão e segurança por ser realizado em ambiente laboratorial, além do fato de que o resultado poder ser quantificado, ou seja, os níveis de concentração dos anticorpos podem ser mensurados. No entanto, é importante ressaltar que a sorologia tende a ser positiva após 10 a 14 dias do início dos sintomas, apresentado resultados falso-negativos nos primeiros dias de doença. Por esse motivo, é pouco útil para o diagnóstico na fase de sintomas.

9) Quais as medidas de prevenção contra a COVID-19?

Vacinação: tem se mostrado uma medida altamente eficaz na prevenção da COVID-19, especialmente das formas graves da doença.

Outras medidas de prevenção:

10) Quais os tipos de vacina disponíveis atualmente para a COVID-19?

A) Vacina de vírus inativado: utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), que, ao ser injetado no organismo, induz resposta imunológica, mas não é capaz de causar doença. Exemplo: Coronavac.

B) Vacina de vetor viral: utiliza vírus que humanos ou de outros animais (inofensivos para o corpo humano) como vetores de genes (transportador do material genético do SARS-Cov-2) que codificam a produção antigênica. Ao ser inoculada no organismo, esta vacina estimula as células humanas a produzir a proteína Spike, que, por sua vez, irá estimular a resposta imune do organismo. Exemplos: AstraZeneca/Oxford e Janssen.

C) Vacina de RNA mensageiro: o segmento do RNA mensageiro do vírus (material genético), capaz de codificar a produção da proteína antigênica (proteína Spike), é encapsulado em nanopartículas lipídicas. Da mesma forma que a vacina de vetor viral, uma vez inoculada, estimula as células humanas a produzir a proteína Spike, que irá, por sua vez estimular a resposta imune específica. Exemplo: Pfizer.

D) Vacina de subunidade proteica: utiliza nanopartículas da proteína Spike (S) do vírus recombinante SARS-CoV-2 ou uma parte dessa proteína denominada de domínio de ligação ao receptor (RDB). Os fragmentos do vírus desencadeiam uma resposta imune sem expor o corpo ao vírus inteiro. Exemplo: Novavax.


11) Quais os efeitos colaterais mais comuns das vacinas?

  • Dor e/ou inchaço no local da injeção;

  • Cansaço excessivo;

  • Dor de cabeça;

  • Dor muscular;

  • Febre e calafrios;

  • Diarréia

12) Quem é considerado como contato de caso confirmado de COVID-19?

Qualquer pessoa que esteve em contato próximo a um caso confirmado de covid-19 durante o seu período de transmissibilidade, ou seja, entre 48 horas antes até dez dias após a data de início dos sinais e/ou sintomas (caso confirmado sintomático) ou após a data da coleta do exame (caso confirmado assintomático).

Contato próximo é a pessoa que:

  • Esteve a menos de um metro de distância, por um período mínimo de 15 minutos, com um caso confirmado sem ambos utilizarem máscara facial ou a utilizarem de forma incorreta;

  • Teve um contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos) com um caso confirmado;

  • É profissional de saúde que prestou assistência em saúde ao caso de covid-19, sem utilizar equipamentos de proteção individual, conforme preconizado, ou com EPI danificados;

  • Seja contato domiciliar ou residente na mesma casa/ambiente (dormitórios, creche, alojamento entre outros) de um caso confirmado.

13) O que é uma variante de preocupação do novo coronavírus?

O SARS-CoV-2, assim como os outros vírus, possui a tendência de se transformar constantemente por meio de mutações, que são eventos naturais e esperados dentro da evolução de um vírus e, portanto, novas variantes tendem a surgir com o passar do tempo. Algumas mutações ou combinações de mutações podem conferir vantagem seletiva ao vírus. Uma variante de preocupação é uma variante que demonstrou estar associada a uma ou mais das seguintes alterações: aumento na transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da COVID-19; aumento da virulência ou alteração na apresentação clínica da doença; redução da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou de tratamentos, vacinas e métodos diagnósticos disponíveis. A variante delta e a variante ômicron são exemplos de variantes de preocupação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional pela Doença pelo Coronavírus 2019-COVID-19--atualizada em 15/03/2021.


CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (US). Coronavirus Disease 2019 (Covid-19): People with certain medical conditions. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/need-extra-precautions/people-with-medical-conditions.html.


WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Coronavirus disease (COVID-19): Vaccines. Disponível em:
https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/coronavirus-disease-(covid-19)-vaccines.


ANVISA. Agência Nacional De Vigilância Sanitária. NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020. Orientações para Serviços de Saúde: Medidas de Prevenção e Controle que devem ser adotadas durante a assistência a casos suspeitos e confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) – atualizada em 25/02/2021.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19- Secovid. Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19-11 ª edição. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/plano-nacional-de-vacinacao-covid-19/view.